Corra que o salgadinho vem ai…

Antes mesmo de começar a correr e principalmente a treinar com acompanhamento eu já havia mudado completamente a minha alimentação, optando por alimentos integrais aos normais e mais industrializados como pão, macarrão, arroz, biscoito e leite também semi-desnatado ou desnatado.

As frituras, os petiscos e as besteiras foram sendo reduzidas até chegar a zero, hoje posso dizer que não como nada frito, salvo um aipim feito pela minha queria avó que dai seria um desrespeito não comer, ainda mais quando almoço na casa da minha mãe e mesmo assim não me desce bem.

Neste domingo fui almoçar no meu sogro, alguns aperitivos, picanha e uma salada de batata, tudo muito bem preparado, digo que me alimentei na medida, não comi muito, mas fiquei satisfeito. Logo depois do almoço fomos no aniversário da filha de uma amiga da patroa estava fazendo uma festinha.

Cheguei lá ainda fazendo a digestão do almoço e até umas 17h eu não havia comido nada, apenas olhava para a mesa de salgadinhos, de longe, na espreita até o momento que eles iriam me pegar, pois sabia que os docinhos e bolo também faziam parte da trama. Cachorro quente pra lá, torta salgado pra cá e eu ali firme e forte e sem fome que era o melhor. Pela gula eu estava resistindo com a ajuda de não estar sentindo fome.

Na hora de cantar o parabéns sabia que nesse momento poderia ser a hora da emboscada pois as luzes estariam apagadas e somente o lusco fusco de umas poucas velas não seriam suficientes para me salvar. Fiquei olhando para os lados procurando ajuda, mas logo depois da última rodada do “Com quem será, com quem será que ela vai se casar…” eu senti que não teria mais salvação. Eu estava perdido, os doces e salgados haviam me emboscado.

Tentei lutar contra 5 pasteizinhos de carne e mesmo eles sendo pequenos tinham a destreza de um campeão de pesos leves do MMA, mas fui rápido e logo terminei com eles, 5 bocadas, 5 golpes e eu segui em frente.

Quando tentava sair para rua uma fatia de bolo tentou me acertar, me esquivei, mas ele era malino e estava com um garfo pronto para me atacar, mas lembrando de algumas noções de defesa pessoal que assiti no Discovery Chanel consegui desarmá-lo, o dominei e cometi o segundo crime, comi rápido para ninguém ver.

Muito nervoso e pensativo fui para uma mesa na rua e sentei quieto e ai que 2 docinhos de coco e 2 negrinhos (brigadeiros) vieram se vingar dos pastéis e da fatia de bolo. Me senti encurralado, cercado por aqueles 4 elementos que juntos pareciam um tabuleiro de xadrez e resolvi dar um cheque-mate. Um a um fui colocando na boca e fiz um bem-casado deles, mastiguei e os engoli.

Para disfarçar evitei a cervejinha que havia visto tudo e bebi rapidinho um copo de refrigerante, o gás me denunciou quando saiu uma lágrima pelo olho direito, mas já não havia mais nada a fazer, estava feito, “done”.

Fui para casa e como cúmplice o chá de boldo me ajudou a esconder as vítimas…talvez amanhã nem lembre mais desses crimes, tenho 8k para correr e 2000m para nadar…